Educação

Estudantes da Escola Agrícola de Jundiaí apresentam projetos na Febrace

Estudantes da Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ-UFRN) são finalistas na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace). Vitor Carvalho Silva, aluno do 1º ano, é finalista com o projeto AlarmAux: Alarme para auxílio aos cuidadores de idosos portadores de Alzheimer. Já Juliana Freire Pequeno de Santiago Carvalho e Felipe Marley de Oliveira Gomes, do 3º ano, estão na fase final da FEBRACE com o projeto CoMFiBis: proposta de metodologia integrada mediada por software para melhoria no processo de ensino-aprendizagem em ciências exatas. Os alunos são do Curso Técnico em Informática e participam da 19ª edição do evento com projetos desenvolvidos sob a orientação do professor Josenalde Barbosa de Oliveira.

AlarmAux, da área de Ciências da Saúde, apresenta o protótipo de um sistema embarcado (aplicativo + dispositivo de hardware) capaz de monitorar a mobilidade do portador de Alzheimer. Ele consiste em um sistema de alarme sonoro integrado a um aplicativo com uma conexão bluetooth, no qual é possível configurar o modo de operação dia ou noite, dada a interferência da luminosidade do ambiente. A interrupção do alarme é realizada ao acender a luz do cômodo (se for noite), ou apagar (se for dia). O AlarmAux tem como objetivo auxiliar cuidadores de idosos portadores de Alzheimer, e contribui significativamente com a redução de acidentes e melhor tratamento e acompanhamento destes pacientes.

AlarmAux surgiu a partir de um contexto familiar vivenciado por Vítor Carvalho. A avó do estudante é portadora de Alzheimer, e com isso, houve a necessidade de monitorar a quantidade de vezes em que ela levantava e quando isso ocorria. “Durante a pandemia, minha avó, que é portadora de Alzheimer, veio morar conosco. Notamos que, durante a noite, ela se levanta de forma muito recorrente e nossa preocupação era de ela vir a sofrer algum tipo de acidente”, explicou. Desta forma, Vítor resolveu desenvolver um alarme para poder monitorar a avó.

“Eu pensei que esta realidade na qual eu estava inserido poderia ser a realidade de outras famílias, e então resolvi desenvolver melhor o projeto para que fosse usado em diferentes contextos, pois no início ele só podia ser utilizado durante a noite e com o desenvolvimento do aplicativo foi possível utilizá-lo tanto durante o dia quanto a noite”, explica o aluno.

Para ele, participar da Febrace é uma grande oportunidade para expor seu projeto.  “Terei a oportunidade de apresentá-lo e relatar o seu desenvolvimento, as dificuldades que tive durante o processo, e ao mesmo tempo posso ver como outras pessoas tiveram experiências semelhantes com seus projetos”, ressalta.

O aluno realizou uma apresentação no evento para falar do desenvolvimento do projeto e a motivação que o levou a fazê-lo. Após a apresentação, uma banca de avaliadores fez perguntas ao estudante para conhecer mais sobre o processo de desenvolvimento do sistema.

O projeto CoMFiBis, desenvolvido por Juliana e Felipe, é da área de Ciências Exatas e da Terra e tem como objetivo explorar a interdisciplinaridade inerente às disciplinas de Matemática, Física e Biologia por meio do desenvolvimento de uma ferramenta computacional baseada em algoritmos de otimização de inspiração natural, como o Particle Swarm Optimization (PSO) e o Gray Wolf Optimization (GWO), que incorporam conceitos básicos destas disciplinas e podem ser capazes de cativar e demonstrar novas analogias aos alunos de ensino básico.

Esses algoritmos demonstram como se pode otimizar e encontrar o resultado mais eficiente, sustentável e prático para um problema real. “Esses algoritmos são a representação computadorizada da organização social dos animais, de pássaros e lobos, respectivamente, e por meio disso, o software ajuda o professor a explicar conteúdos básicos de Matemática e Física que foram utilizados no desenvolvimento das funções de tais algoritmos. Dessa forma, o software é voltado para professores do ensino regular básico e para professores da área de Informática”, acrescenta Juliana.

O projeto foi pensado a partir da observação da dificuldade e problemas vistos no sistema de ensino de primeiro e segundo grau quanto às metodologias de ensino que sejam eficazes para os seus alunos. Juliana conta que ela e Felipe não imaginavam participar da Febrace. “Inicialmente não tínhamos muita pretensão de participar, até mesmo devido ao tamanho da Feira. Não sabíamos se o projeto seria aceito, mas decidimos tentar. Ficamos muito felizes em participar do evento!”, comenta.

Sobre o CoMFiBis, a aluna coloca que, tendo em vista que a área de exatas é uma das mais complicadas para os alunos, pois requer muita lógica e cálculo, o projeto tem por objetivo “fornecer um ensino dinâmico e prático, de forma que os estudantes se desprendam da conceituação e da memorização de conteúdos e possam aprender de verdade com algo divertido e didático, isso por meio da demonstração da aplicabilidade das matérias na computação”.

Baseando-se em conhecimentos de Física, Matemática, Biologia, e claro, com a Computação, puderam criar um algoritmo tão complexo como o algoritmo de otimização – ainda mais representando os animais na natureza. “Assim, o projeto tem por objetivo influenciar e motivar futuros jovens cientistas na sociedade, e melhorar o aprendizado dos alunos em sala”, finaliza.

A edição deste ano da Febrace acontece de forma virtual. Os projetos estão disponíveis na área da Mostra Virtual no site do evento e concorrem ao Prêmio Votação Popular na Febrace 2021. A votação acontece via Facebook ou por meio da própria página da Mostra Virtual, e está aberta até o dia 29 de março. Para conhecer os projetos dos estudantes e toda a plataforma do evento basta entrar no site febrace.org.br.

Febrace

Promovida anualmente pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e realizada pelo Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico – LSI-TEC, a Febrace é a maior feira brasileira pré-universitária de Ciências e Engenharia em abrangência e visibilidade. Seu objetivo é estimular a cultura científica, a inovação e o empreendedorismo na educação básica e técnica, despertando novas vocações nessas áreas e induzindo práticas pedagógicas inovadoras nas escolas. Esta edição tem o apoio institucional do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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