Dia 28 de agosto, Dia Nacional de Combate ao Fumo é uma oportunidade para a conscientização contra o hábito de fumar e dar os primeiros passos para se livrar do vício.
O tabagismo é o hábito de fumar várias vezes no decorrer do dia e é a principal causa de mortes evitáveis no mundo. Segundo o Instituto do Câncer (INCA), o cigarro é responsável por aproximadamente 156.216 mortes por ano, o que significa 428 mortes por dia. Esses números representam quase 13% do total de mortes que ocorrem no país.
Associado a problemas cardiovasculares, enfisema pulmonar e outras, o tabaco, em qualquer uma de suas formas, causa até 90% de todos os cânceres de pulmão e é um fator de risco significativo para acidentes vasculares cerebrais e ataques cardíacos mortais. São aproximadamente 50 doenças relacionadas com o fumo:
25% das mortes causadas por doenças do coração;
45% das mortes causadas por doenças do coração em pessoas com menos de 60 anos;
45% das mortes por infarto em pessoas abaixo de 65 anos;
85% das mortes causadas por bronquite e enfisema (irritação respiratória crônica);
90% dos casos de câncer no pulmão (entre os 10% restantes, 1/3 é de fumantes passivos);
30% das mortes causadas por outros tipos de câncer (boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga, mama e colo de útero);
25% das doenças vasculares:
Derrame cerebral;
Impotência sexual e infertilidade em homens.
Conscientização – O acompanhamento dos dados, captados por diferentes pesquisas ao longo dos anos, mostra que, em 1989, 34,8% da população acima de 18 anos era fumante (Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição, PNSN). Já em 2003, a Pesquisa Mundial de Saúde (PMS) apontou para 22,4% de fumantes no país. A Pesquisa Especial sobre Tabagismo (Petab) de 2008, confirmou que cerca de 18% dos brasileiros mantinham o hábito de fumar. Dados do Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) de 2013 mostram que 14,7% dos brasileiros ainda mantinham o hábito de fumar.
Ações de conscientização da sociedade civil e a aplicação de leis reguladoras são apontadas como responsáveis pela queda do número de fumantes. Os dados mais recentemente divulgados pelo INCA mostram que menos de 10 % dos brasileiros ainda se declaram fumantes.
Respirando livremente – Apesar da consciência sobre os malefícios do tabagismo, não é tão simples parar de fumar. O tratamento para abandonar o vício deve envolver acompanhamento médico, psicológico e o apoio da família e amigos, mas Dr. Paulo Teixeira Garcia, Cardiologista do Hospital viValle, afirma que é possível parar de fumar.
E o primeiro passo é a força de vontade. “O principal fator para parar de fumar é a vontade. Podemos obter auxílio através de medicação, mas se o paciente não está realmente determinado a parar dificilmente o tratamento terá êxito”, explica Garcia.
Entender os benefícios de largar o cigarro também pode ajudar. E os benefícios sçao percebidos rapidamente. “Após algumas horas sem fumar já existe melhora nos níveis de pressão e na oxigenação sanguínea. Após alguns dias já se nota uma mudança no sabor dos alimentos e na disposição para realizar atividades físicas. Depois de um ano, obtemos uma diminuição no risco de doenças cardiovasculares e após 10 anos, o risco para essas doenças se torna similar a quem nunca fumou”, conta Dr. Paulo.
Mesmo que não haja sucesso nas primeiras tentativas de cessar o tabagismo, manter o desejo de parar de fumar é importante e não se deve desistir, pois os benefícios de se livrar do vício são muitos. Dr. Paulo lembra ainda que “praticamente todos os cânceres tem relação direta com o cigarro, e o risco de desenvolver a doença também cai depois de interromper o tabagismo”.